O dinheiro nosso de cada dia

Figura 1: Dinheiro nosso de cada dia. Fonte: E-Commerce News.

Não é novidade para ninguém que o dinheiro é um elemento importante em nossa vida. A velha frase “dinheiro não traz felicidade” é verdadeira, embora nossa sobrevivência esteja atrelada à questão do dinheiro.

Mas o que desejo apresentar aqui não é nenhuma discussão filosófica ou ideológica sobre o dinheiro, mas sim, fazer um breve apanhado histórico do desenvolvimento desse objeto, muitas vezes cobiçado.

Figura 2: Exemplo de Escambo. Fonte: O gestor imobiliário
Nas antigas civilizações, os homens produziam apenas os produtos destinados à subsistência, mas com o passar do tempo esses grupos sociais começaram a crescer e naturalmente a produção aumentou também. Esse excedente começou a ser trocado com grupos vizinhos, de modo que o princípio dessas trocas era necessidade de cada um. Mais tarde, esse tipo de troca foi denominado de escambo (figura 2).

Atualmente, alguns povos de economia primitiva, ainda fazem uso do escambo, principalmente em regiões onde há escassez de meio circulante e, em algumas situações especiais, onde as pessoas envolvidas trocam objetos sem a preocupação de sua equivalência de valor. 

Voltando aos tempos antigos, chegou um momento em que existiam muitas mercadorias para serem trocadas, o que veio a dificultar as trocas justas. Assim, surge uma mercadoria que passa a ser aceita não mais para consumo, mas para ser usada em uma nova troca. Esse tipo de mercadoria ficou conhecida como moeda-mercadoria. 

Figura 3: Gado no antigo Egito. Fonte: O fascínio do antigo Egito.
O gado, principalmente o bovino, foi um dos mais utilizados como moeda-mercadoria, já que apresentava algumas vantagens como, por exemplo, locomoção própria, reprodução e prestação de serviços. Outro destaque foi o sal, uma vez que era muito utilizado para a conservação de alimentos e era um item de difícil obtenção e escasso no interior dos continentes.

Figura 4: Sal. Fonte: Revista Super Interessante

É interessante observar que atualmente as palavras “dinheiro” e “salário” são derivadas, respectivamente, das palavras pecus (gado, em latim) e sal (pois era utilizado em Roma como forma de pagamento por serviços prestados).

Outros exemplos curiosos de moedas-mercadorias que podem ser citados eram os pedaços de chocolate utilizados pelos astecas, pedaços de bacalhau usados pelos noruegueses da Idade Média, as mulheres escravizadas pelos antigos irlandeses e as espadas e facas utilizadas pelos chineses.

Com o passar do tempo, os meios de transporte se desenvolveram, a comunicação entre as diferentes economias proliferou, o comércio entre os povos se desenvolveu cada vez mais e, com isso, surgiu a necessidade de um dinheiro que não se deteriorasse, que não perdesse valor e que pudesse permitir o acúmulo de riquezas.

Assim, as primeiras moedas foram confeccionadas, por serem mais duráveis e menores, facilitando também o transporte. Inicialmente, moedas de madeira, em seguida de pedra e depois, de diferentes metais, como ouro, prata e bronze (figura 5).

Figura 5: Moedas antigas de metais. Fonte: Mercado livre.

O metal apresentava várias vantagens, como a possibilidade de entesouramento, a divisibilidade, a raridade e a beleza e, por isso, se disseminou com grande rapidez, primeiramente em seu estado natural, depois na forma de barras e, ainda, na forma de outros objetos, como cálices, anéis, braceletes, facas, chaves, etc. 

As primeiras moedas com as características das atuais surgiram no século VII a. C. em que apresentavam tamanhos pequenos com peso e valor definidos e com a impressão da marca de quem as emitiu e garante seu valor, ou seja, do cunho oficial.

Figura 6: Moeda antiga brasileira com cunho oficial. Fonte: Pinterest.
Figura 7: Primeiro bilhete de banco emitido pelo
Banco do Brasil em 1810. Fonte: Banco Central do Brasil
Com a comercialização sendo feita cada vez mais com as moedas, o risco delas serem roubadas surgiu e cresceu. Foi assim que mercadores começaram a usar documentos que prescreviam uma certa quantia de dinheiro ou recibos de depósito de moedas e outros metais e objetos preciosos em casas de depósito (primeiros bancos); surge assim a moeda-símbolo. Consequentemente, esses documentos e recibos passaram ser utilizados para efetuar pagamentos circulando pelos mercados e, com alguns avanços se tornaram o que conhecemos como papel-moeda.

Figura 8: Nota antiga de mil réis. Fonte: Coleção de Cédulas

Assim como ocorreu com as moedas, com o passar do tempo as cédulas começaram a ser emitidas pelos governos dos países, evitando falsificações e garantindo o poder de pagamento. Além disso, as moedas de papel evoluíram em relação à técnica de impressão, tanto que, atualmente, utiliza-se um papel especialmente preparado dando maior durabilidade e condições de segurança. Também é retratada nas cédulas a cultura do país emissor por meio de imagens de paisagens, tipos humanos, fauna, flora, monumentos, líderes políticos, cenas históricas, etc.

Figura 9: Nota de mil cruzeiros com a imagem de Marechal Cândido Rondon e de índios brasileiros. Fonte: Mundo das Tribos
Agora, toda vez que você pegar uma moeda ou uma nota de dinheiro não esqueça da longa história que está por trás desse objeto e saiba dar o seu devido valor.

Por Ednilson Rotini


REFERÊNCIAS

Site do Banco Central do Brasil. Origem e Evolução do Dinheiro. 
Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/htms/origevol.asp?idpai=HISTDIN>. Acesso em: 7 de março de 2016.

Vídeo do Youtube. História do Dinheiro. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Ifp_fqTnJ20>. Acesso em: 7 de março de 2016.

Site Infoescola. Escambo. Disponível em: 
<http://www.infoescola.com/economia/escambo/>. Acesso em: 7 de março de 2016.

Vídeo do Youtube. Você Sabia – História do Dinheiro
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=AanqMuJWqvY>. Acesso em: 7 de março de 2016.

Revista Super Interessante. 7 Moedas Bizarras da Antiguidade.
Disponível em: <http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/7-moedas-bizarras-da-antiguidade/>. Acesso em: 7 de março de 2016.

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