Etologia: o estudo do comportamento animal!

Por Rafael Vitorino de Oliveira

Os primeiros biólogos comportamentais surgiram na metade do século XX e desenvolveram a etologia, estudo cientifico do comportamento animal, em especial no ambiente natural. O termo comportamento animal é usado para designar coletivamente a forma como este reage ao ambiente que o cerca e às condições dentro de seu corpo. O ambiente inclui plantas e outros animais, como, também, os elementos sem vida (luz e som). O conhecimento do comportamento animal se origina principalmente das observações das atividades de espécimes em experimentos controlados em laboratório e do comportamento observado no seu habitat natural como, por exemplo, na selva. 

Todos os tipos de comportamento, simples ou complexos, são resultado da resposta do animal a um estímulo - uma mudança em algum aspecto do ambiente ou que ocorre dentro do corpo do individuo. O comportamento de um animal é limitado por sua estrutura física, especialmente o nível de desenvolvimento de seu sistema nervoso e dos órgãos dos sentidos. Cada espécie bem sucedida desenvolveu, com o tempo, as características físicas e o comportamento apropriado para permitir que ela sobrevivesse e se reproduzisse.

PADRÕES FIXOS DE AÇÃO


Vamos falar sobre um comportamento diretamente ligado a um estímulo simples que podemos definir como sendo um padrão fixo de ação. O disparador deste ato é uma dica externa, conhecida como sinal-estimulo.

Um exemplo clássico de sinal-estimulo e padrão fixo de ação é quando observamos os machos dos peixes esgana-gata (Gasterosteus aculeatus - figura 1). 

Figura 1- Peixe Gasterosteus aculeatus. Fonte: wikimedia.

Os machos que têm a barriga vermelha atacam outros machos que se aproximam  de sua área de nidificação, ou seja, próximo ao seu “ninho”. Esses peixes apresentam comportamento agressivo com qualquer objeto que apresenta a coloração vermelha na parte inferior, com isso pode ser observar que a coloração vermelha inferior em um objeto dispara o comportamento de ataque da espécie acima citada.

Esgana-gatas machos não atacam outros machos sem coloração vermelha, as fêmeas nunca têm barriga vermelha.

MOVIMENTO ORIENTADO


As dicas ambientais não apenas desencadeiam alguns comportamentos simples, mas também produzem os estímulos que os animais utilizam para mudar ou orientar movimentos simples e complexos em uma determinada ação.

CINESE

Mudança na atividade ou na taxa de mudanças em respostas a um estímulo.

Figura 02- “Tatuzinho”. Fonte: wikimedia.
Exemplo: Tatuzinhos exibem cinese em resposta a variação de umidade. Esses crustáceos terrestres tornam-se mais ativos em locais secos e menos ativos em locais úmidos. Quando se depara com uma área seca, o deslocamento aumenta na tentativa de localizar um local úmido, onde sua sobrevivência é facilitada. Assim que chega a um local com uma taxa maior de umidade esse deslocamento acelerado é “desligado”, mantendo-o assim em um local úmido.

TATISMO

Figura 03- Peixe truta, exemplo de peixe
que nada contra a corrente.
Movimento orientado em direção a algum estímulo, podendo ser positivo ou negativo: se o animal vai em direção ao estimulo dizemos que é positivo, se ocorre o contrário, ou seja o animal vai no sentido oposto ao estimulo chamamos de tatismo negativo.

Exemplo: Muitos peixes de rios nadam ou se orientam contra a corrente. Esse tatismo protege o peixe de ser levado pela corrente e o mantém de frente para a direção de onde vêm o alimento.



REFERÊNCIAS

http://ciencia.hsw.uol.com.br/animais2.htm

CAMPBELL, Neil A., REECE, Jane B. Biologia. 8 edição- Porto Alegre: Artemed 2010

Rafael Vitorino de Oliveira é Biólogo do Parque da Ciência.

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