A argila presente no cotidiano!

Por João Marcos Alberton

Figura 1: Exemplo de argila.
A argila, matéria encontrada na natureza, origina-se de rochas sedimentares que, por meio dos ciclos, condições atmosféricas e geológicas foram se transformando em partículas microscópicas com eficiente poder de absorção de água. Diferente do barro que é composto de areia (cristais insolúveis), a argila é encontrada geralmente em profundidades que contem umidade, tais como fundo de vales, beira de rios e na área litorânea. Os elementos identificados na argila basicamente consistem em silicato de alumínio hidratado e óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio, variando conforme as características da região onde é encontrada, podendo, inclusive, conter outros elementos tais como: feldspato, carbonatos, fosfato, silício, magnésio e cálcio. A argila é usada desde os primórdios pelas civilizações que deixaram seus vestígios arqueológicos em sítios que demonstram por meio de objetos inteiros e fragmentados a passagem dos grupos que habitaram a Terra, ou seja, marcas que fazem parte dos registros da história da humanidade.

Com a evolução das tecnologias sociais, foram desenvolvidas diversas maneiras de se beneficiar a argila até ser queimada, formando a cerâmica que conhecemos. As técnicas passaram pelo modo rústico, manipulando o material através das mãos, pés e cochas. Os escravos tiveram a missão de amassar com os pés grandes quantidades de argila para a homogeneização e torna-la plástica para confecção das telhas que eram moldadas em suas coxas, tornando-as irregulares, pois variavam conforme o tamanho do escravo e conformação das coxas e é por isso da expressão popular, que algo irregular é “feito nas coxas”. Os tijolos também tiveram sua trajetória de evolução tecnológica, passando pelas caixas de madeira para moldar (maciços) e mais tarde, a criação das Olarias para fabricação de telhas e tijolos, ainda existentes de maneira alternativa, pois as demais já são eletromecânicas. As engrenagens eram levadas com o auxilio de cavalos amarrados que circulavam e amassavam o barro até a confecção dos tijolos já com os furos e as telhas em fôrmas de metal.

Toda argila, seja na confecção de objetos utilitários: recipientes para armazenar alimentos, panelas, pratos, copos; como também decorativos: vasos, esculturas, e de construção de casas, necessariamente passa pela queima por volta dos 800 graus para se tornar um objeto cerâmico. No inicio, as queimas eram feitas fogueiras e há dados de comunidades tradicionais e tribos indígenas que ainda utilizam esse processo. Com o tempo, foram desenvolvidos fornos a lenha feitos de tijolos e barro para otimizar o calor, apresentando-se em variadas formas e tamanhos. Com os avanços da indústria, surgiram os fornos elétricos com patamares de temperatura que variam de 800 a 1350 graus.

O Parque da Ciência Newton Freire Maia, através de seu Atelier de Arte, estrutura oficinas para oferta de cursos das diversas linguagens artísticas. No momento estão abertas as inscrições para o básico em cerâmica, oferecido gratuitamente para a comunidade. Os interessados deverão entrar em contato com a administração/agendamento do Parque para inscrição formando grupos de no máximo 10 participantes. A duração é de 3 (três) meses, uma vez por semana (quarta-feira) no horário das 14:00h às l6:30h.

Interessados podem inscrever-se através do telefone (41) 3666 - 6156.

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1 Comentários

  1. Material muito interesante🙂. Parabéns pra quem escreveu. Vc é inteligente😁🚀

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